segunda-feira, 14 de setembro de 2015

[Resenha] Liberte-se - Matheus Mundim

Liberte-se - Outono de 2012, uma série de misteriosos assassinatos assombrava os cidadãos de Circodema. Sabia-se que apenas um homem na região seria capaz de lidar com tal situação Porém, a despeito de seus méritos investigativos, o ex-detetive Edgar Visco era uma incógnita. Tudo na vida tem um preço, a instabilidade de algumas pessoas tem o seu. O assassino, por outro lado, o conhecia – assim o destino quis.

Desejava-o tanto quanto se pode desejar, sentia as entranhas se contraírem ao som de seu nome e jurara que a própria voz seria a última que Edgar ouviria. O mesmo sangue que esquenta o corpo dos personagens mancha as ruas da cidade neste romance. Qualquer grito pode ser o último, qualquer deslize pode ser fatal. E no fim...

Permita-se... Liberte-se.



Editora: Edição Definitiva
Gênero: Crime / Drama / Romance policial / Suspense e Mistério
Ano: 2015
Páginas: 207


Liberte-se é o romance de estreia do escritor Matheus Mundim.


Em seu primeiro trabalho publicado, Matheus Mundim conta a história de um assassino em série e de um ex-policial. Edgar Visco foi detetive na cidade de Circodema antes da instituição da pena de morte, que reduziu sobremaneira a criminalidade, e quando o crime capital volta a assombrar o local, ele é um dos poucos, senão o único, que pode lidar com a situação.

O livro é narrado em primeira pessoa, mas alterna em vários narradores, alguns recorrentes, outros, eventuais, o que deixa o texto mais dinâmico. O modo como a trama é conduzida deixa um grande suspense, criando um bom clima de tensão. A atmosfera é bem criada, bastante sombria.

Edgar Visco é um personagem bastante rico, que beira o anti-herói. Sua personalidade dúbia divide o leitor em admirá-lo e detestá-lo, pois, ainda que seja a única chance de apanhar o assassino, Edgar se mostra arrogante e por vezes indiferente às outras pessoas.

O assassino, por sua vez, é sobre quem é mantido o maior suspense durante toda a história, sabemos que busca por vingança, por uma visão distorcida de justiça, mas não conhecemos suas reais motivações. Sua personalidade também é instável, e sua mente mostra-se não totalmente sã.

A história flui muito bem, o autor conduz a investigação com habilidade e ambientando de forma satisfatória a trama na cidade fictícia de Circodema. A escrita de Matheus é competente e mescla o mundo fictício com referências reais – e discretas — da nossa realidade, como a citação de bandas de rock.

Como ponto negativo, cito a verossimilhança das narrações; embora a alternância de narrador faça a leitura fluir melhor, mais dinâmica, há pouca diferenciação na voz dos diferentes personagens, isso, se trabalhado melhor, deixaria o livro ainda mais harmonioso. Contudo, em nada prejudica o entendimento nem a aprazibilidade da leitura.

O desfecho é excelente, e mostra o quanto o autor é cruel, do jeito que eu gosto.


Leitura muito recomendada.

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