terça-feira, 6 de maio de 2014

[RESENHA] O Artífice: Um detetive, um monge budista, e um assassino - Tony Ferraz


Em dias de tempestade, um assassino que mata através de armadilhas extremamente elaboradas, um artista da morte, vem enganando a polícia londrina numa série de crimes únicos. A cada assassinato, o maníaco pinta um quadro de uma de suas vítimas.

Deixando propositalmente pistas esotéricas que informam seu paradeiro, ele obriga o policial responsável pelo caso a procurar um monge, mestre em uma corrente esotérica oriental para tentar decifrá-las. Isso o leva a conhecer coisas, não só sobre o assassino, mas sobre si mesmo.


Editora: Independente/Amazon
Gênero: Policial/Filosofia
Ano: 2001
Páginas: 212


O Artífice” é o primeiro romance do autor Tony Ferraz. Uma mistura inusitada de Thriller policial, filosofia e zen-budismo.

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O Artífice: Um detetive, um monge budista, e um assassino
Filosofia zen-budista e taoísta em um romance policial envolto por mistério



O Artífice” conta a história de um detetive e sua investigação acerca de um Serial Killer atuando em Londres, mas não é sobre isso. “O Artífice” trata do zen-budismo, de filosofia; mas também não é sobre isso. O Artífice é um livro sobre tudo, e sobre nada.


O detetive Haryel é um profissional competente, inteligente acima da média, e com um carisma mal humorado que desperta a empatia de qualquer leitor. Diante de uma série de assassinatos supostamente conectados, ele embarca em uma investigação perigosa que lhe ensinara conceitos jamais imaginados por ele, e que trará repercussões catastróficas em sua vida.

Em sua primeira publicação literária, o autor Tony Ferraz entrega uma história especialmente singular. Pois as prateleiras já estão cheias de romances policiais e mistérios envolvendo assassinos em série. Mas, quando o autor introduz elementos filosóficos e profundamente abstratos, traz um tom místico à obra.

O assassino é um sujeito frio, calculista, e profundamente enigmático. Não entendemos suas razões, mas queremos ouvir o que ele tem a dizer, espionar seus pensamentos e divagações mais íntimas. Um personagem complexo e misterioso. Em contraponto, Haryel é absolutamente racional e prático, e seus conflitos quando entra em contato com os ensinamentos de um Monge podem ser identificados em muitos leitores.

Por fim, Tony Ferraz mostra uma obra complexa, e ao mesmo tempo leve, dosando sabiamente a tensão de um thriller policial com a paz espiritual da filosofia zen-budista.

“O Artífice” deve ser lido e apreciado, pois é uma obra única e escrita por um autor brasileiro de muito talento.




Citações

Sábios são os que buscam a sabedoria, loucos são os que já a possuem

- Haryel, eu não tenho grana pra almoçar todo dia em restaurante italiano...
- Se você não gastasse com cigarro economizaria um bom dinheiro."


... Sabe quanto vale a Mona Lisa?
- Não, mas deve ser muito...
- E é, não tem preço. Se você juntasse todo o dinheiro do mundo, nem assim a teria. - disse o vulto. - Ora, se um pedaço de papel rabiscado não pode ser comprado, como queres comprar uma vida?



Não existe pessoa alguma maluca, por que para existir teria que haver alguém normal. e para haver alguém normal, teria que existir duas pessoas iguais no universo, o que não há.



”Uma Vez um homem viajara pelo campo a caminho de casa. Peregrinara já há algum tempo, quando de repente deparou-se com um tigre. Sem pensar e com muito medo ele correu, e o tigre em seu encalço. O animal era muito rápido e ele não podia despistá-lo. Aproximando-se de um precipício, tomou em suas mãos as raízes de uma vinha selvagem que estava exposta à beira do penhasco, se segurou e dependurou-se precipitadamente abaixo do abismo, o medo o dominava e fazia tudo sem pensar. Quando deu por si, o tigre farejava acima, e tremendo, o homem olhou para baixo e viu no fundo do desfiladeiro, outro tigre a espreitá-lo. Apenas a vinha o sustinha. Olhou para os animais. Estes pareciam famintos e o esperariam até quando fosse. Mas ao olhar para a planta viu, dois ratos, um negro e outro branco roendo aos poucos sua raiz. Foi quando seus olhos perceberam um lindo e apetitoso morango vicejando perto, nunca havia visto fruta mais suculenta. Segurando-se então na vinha com uma mão, ergueu a outra, apanhou o morango, e levando-o a boca o comeu. “Que delícia!, disse ele”

A mulher não entendera a parábola, mas tentando mostrar que estava atenta, perguntou:

- Mas, e os tigres?

- Esqueça os tigres, coma o morango!







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