terça-feira, 6 de agosto de 2013

RESENHA - MORTE SÚBITA


Quando Barry FairBrother morre inesperadamente aos quarenta e poucos anos, a pequena cidade de Pagford fica em estado de choque.
A aparência idílica do vilarejo, com uma praça de paralelepípedos e uma antiga abadia, esconde uma guerra.
Ricos em guerra com os pobres, adolescentes em guerra com seus pais, esposas em guerra com os maridos, professores em guerra com os alunos… Pagford não é o que parece ser à primeira vista.

A vaga deixada por Barry no conselho da paróquia logo se torna o catalisador para a maior guerra já vivida pelo vilarejo. Quem triunfará em uma eleição repleta de paixão, ambivalência e revelações inesperadas? Com muito humor negro, instigante e constantemente surpreendente, “The Casual Vacancy” é o primeiro livro para adultos de J.K. Rowling.





Depois da morte de Barry FairBrother, o pequeno vilarejo de Pagford entra em polvorosa, e uma série de acontecimentos desencadeia o caos no local.

Antes de mais nada, desejo salientar que jamais li Harry Potter. Claro que assisti aos filmes, mas nunca tive contato direto com a escrita de J.K. Rowling, e em certo ponto isso é positivo, pois pude mergulhar na leitura sem expectativas, já que a história retratada neste livro em nada tem haver com a saga do jovem bruxo.

Morte Súbita começa com a morte de Barry, e logo entra o papel por ele desempenhado em sua comunidade. A partir daí, vemos um desfile de inúmeros personagens, cada um com suas peculiaridades e seus demônios. A autora não beneficia ninguém na trama e usa e abusa de seu humor negro extremamente refinado e de bom gosto, mostrando toda a mediocridade dos moradores de Pagford, desde os adolescentes até os mais idosos.

Na medida em que avançamos na leitura, percebemos que as histórias dos moradores estão todas interligadas de alguma forma, e a cada ação, uma cadeia de acontecimentos é acionada. Rowling nos brinda com personagens ricos, cheios de amargura, infelicidade, medos e desejos não realizados. Casamentos a beira do abismo, traições, mentiras, intrigas e maldade.

Em algum momento, o leitor pode se perguntar quem é o protagonista da história, já que tantos personagens são retratados, cada um com sua história e com sua devida importância. Mas após o término da leitura, uma reflexão me levou a crer que o verdadeiro protagonista do romance é o vilarejo de Pagford e seus habitantes, uma cidade aparentemente pacífica e acolhedora que, de forma inicialmente velada, vive em uma guerra de egos.

A linguagem empregada no livro também é muito bem construída, com diálogos verossímeis, sujos, cheios de palavrões e de sentimentos. Todos os personagens estão em busca de algo, mas não sabem o que, nem como conseguir esse algo.

A estreia de J.K. Rowling na literatura “adulta” é esplendida, e merece ser lida. Agora!

Leia abaixo o primeiro capítulo:

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