quinta-feira, 15 de agosto de 2013

MANUAL DE OBRAS PÚBLICAS - Capítulo 2



CAPÍTULO 2: A Equipe




A escolha da equipe de trabalho pode ser o ponto chave responsável pelo fracasso ou sucesso de uma empreitada.


A regra de ouro é não abrir mão de pelo menos 6 envolvidos que se encaixem nos padrões, conforme abaixo:



1. Engenheiro à Profissional responsável pelo projeto e acompanhamento da obra. É primordial que seja uma pessoa de absoluta confiança, de preferência com algum tipo de segredo escuso. 

  O engenheiro deve ser facilmente manipulável, seja por chantagem, ameaça à vida de familiares ou qualquer outro meio de eficácia garantida. O profissional deve, também, ter conhecimento técnico apurado, de modo a convencer possíveis agentes honestos do governo que por ventura venham a questionar as despesas da obra.


2. Relações púbicas à O profissional de relações públicas, normalmente, é o assistente pessoal e confidente do administrador. Deve possuir desenvoltura e boa fluência verbal. Ele será o responsável por tornar púbica a obra, e, por meio de propagadas e outras ações de marketing, despertar o desejo dos eleitores por aquele projeto, e convencê-los de que a execução é complexa e dispendiosa, mas, contudo, essencial e valiosa.


3. Empresário à Como já vimos anteriormente, a empresa ou consórcio responsável pela execução da obra deve estar de acordo com o superfaturamento e, preferencialmente, encontrar-se em posição de vulnerabilidade financeira e/ou jurídica. O responsável pela entidade deve ser escolhido a dedo, de forma que a informação não vaze e, ainda, que ele não tente ludibriar o administrador com o intuito de aumentar seus ganhos. 


Deve ser dada uma porcentagem generosa, no entanto, concessões além do combinado na são aconselháveis, pois podem despertar no empresário uma falsa sensação de poder, o que, em alguns casos, tem consequências trágicas.


4. Fornecedor à E fundamental que o fornecedor de matéria prima esteja de conluio com o superfaturamento. Evidentemente, quanto menos ele souber, melhor. No entanto, esse elemento fornecera matérias de baixíssima qualidade e preço exageradamente baixo, e emitirá documentos fiscais de produtos de alta qualidade e de custo muito alto. Lembrando que sobre o preço real do produto descrito na nota acrescenta-se uma pequena porcentagem, como meio de aumentar os ganhos. 


O fornecedor deve ser aliciado por meio de terceiros associados, e jamais ter vínculo direto com o administrador ou seus assistentes. 


5. Jornalista à Ter em sua equipe de trabalho um jornalista empregado em um veículo de grande abrangência é um detalhe omitido por muitos administradores, e sua importância, apesar de vilipendiada, é muito grande.


O jornalista, a exemplo do fornecedor, deve ser recrutado por terceiros de confiança. Sua função primordial é de noticiar a obra e sua evolução de maneira tendenciosa. Porém, deve fazê-lo discretamente. Sendo assim, esse profissional, além de corruptível deve ser competente e talentoso em seu ofício, de modo que sua colaboração não seja percebida, e, se percebida, seja legalmente inimputável.


6. Bode Expiatório à A figura do bode expiatório é uma das mais importantes, apesar de ser preferencial que ela não seja necessária.


O bode deve estar ligado diretamente às atividades do empreendimento, sua função deve ser publicamente importante, embora na prática isso não seja necessário. Esse profissional precisa ser uma pessoa com um bom currículo, honesta e, principalmente, ingênua.


Se o bode tiver qualquer traço de desconfiança para com a execução da obra, sua função estará comprometida.


Seu papel no projeto é de levar a culpa caso uma investigação revele as irregularidades financeiras na administração do projeto. O bode, então, será apontado como principal suspeito, devido a uma série de documentos que o mesmo assinou sem tomar conhecimento aprofundado de seu teor (mas adiante falaremos sobre técnicas utilizadas para fazer outra pessoa assinar documentos sem ler).



RESUMO


Aprendemos neste capítulo que a escolha da equipe é uma etapa muito importante para que sua obra superfaturada renda bons frutos.


Tomamos conhecimento, ainda, que, além de aliados diretamente ligados ao empreendimento, é importante a figura de um jornalista que ajudará na imagem, tanto do administrador quanto da obra.


Por fim, tratamos da figura do bode expiatório, uma espécie de seguro para eventuais vazamentos de informações e investigações bem sucedidas.



No próximo capítulo trataremos da formação e manutenção do círculo de confiança.

Se preferir, leia abaixo ou baixe o arquivo pdf  AQUI.


Um comentário:

  1. hummmm, acho que conheço esse senhor da foto de algum lugar, kkkkkkkkkkkkkkkk
    nossa, estou adorando essa coluna, Samuel. É aquele tipo de coisa que seeeeeempre sabemos que acontece, mas ler qualquer coisa a respeito nunca deixa de ser um tapa na cara, rs

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